terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Pensando os rumos

Ontem tive uma reunião com o Massimo para fechar uma bibliografia e uma estrutura do trabalho. É claro que a coisa não foi, assim, tão simples, mas conseguimos definir algumas coisas.

O trabalho discorrerá basicamente sobre mídia, esfera pública e cidadania. Traçarei a relação entre as modalidades comunicativas e as diversas formas de democracia, até chegar na Revolução Digital e a ciberdemocracia. O grande fio condutor é analisar a transformação da esfera pública e do cidadão nesse processo.

Chegando em Ciberdemocracia, farei um apanhado das teorias existentes.

Mas daí comecei a pensar se não estou me afastando demais do meu propósito e por isso fazem-se necessárias algumas reflexões. Falar de democracia significa falar de um regime político que coloca em relação um Estado, um território e os cidadãos. Entre estes, é preciso escolher um foco, e deixo claro desde já que a minha intenção, neste trabalho, nunca foi discorrer sobre o Estado e o regime, embora sejam inevitavelmente parte da discussão.

O meu interesse, na verdade é o cidadão. E a minha hipótese é que o cidadão, com o advento do digital e da sociedade em rede, recupera grande parte do poder e dos espaços de decisão que se tornaram exclusivos do Estado, na democracia como a conhecemos hj. Os espaços de participação democrática - e de reivindicação - se ampliam, não se restringindo mais apenas ao voto, num processo que N. Bobbio chama de "democratização da sociedade".

E a democratização da sociedade, para Bobbio, é um pressuposto para uma maior democratização do Estado. Na minha opinião, a esfera política tende a se integrar cada vez mais com a sociedade civil.

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